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domingo, 19 de agosto de 2012

Apenas Uma Noite

Dramas de relacionamentos sempre são interessantes, pois mostram como a traição pode ser reagida pelas mentes masculinas e femininas. A ponta do iceberg de "Apenas Uma Noite" é em cima disso, e o mais interessante é que tudo se passa como no nome do filme, tendo seu ápice em uma noite e claro o melhor do filme é a forma que é montado, sendo picotado entre as duas partes e picotado entre si de imagens em vários ângulos, fazia tempo que não via um filme com tantos ângulos de câmera.

O filme nos mostra que Michael e Joanna Reed formam um casal que parece ter tudo. Eles são jovens, atraentes e bem-sucedidos. No entanto, tudo muda quando os Reeds vão a uma festa de trabalho de Michael, na qual Joanna presencia um momento suspeito entre o marido e sua nova bela colega de trabalho, Laura. O incidente é fugaz e ambíguo e Joanna não tem certeza do que presenciou, mas a sombra da dúvida na relação do casal contamina seu amor.

A história é bem intrigante e seu desenrolar também, pois a diretora estreante e roteirista Massy Tadjedin consegue ligar os elos de uma forma poucas vezes vista, colocando os pontos de vista de ambos os lados, sendo atacados também por ambos os lados, e como essa dúvida é algo que perpetua a mente da maioria da humanidade o longa passa a ser bem interessante. Aliado a boa edição ficou melhor ainda, só peca um pouco pela oscilação dos protagonistas que poderiam ter dado um pouco mais de si.

Já que entramos no detalhe dos protagonistas, vamos falar um pouco deles. Sam Worthington já era bem requisitado para filmes e séries, mas depois de "Avatar", o rapaz faz de 3 a 4 filmes por ano e está virando um robô no quesito atuação, oscilando muito entre bom e regular, sem estar dando o seu melhor para nenhum filme. Keira Knightley é uma boa atriz, mas quando o filme depende mais dela que de outros atores, acaba soando um pouco falsa, e como a diretora exagerou nos closes no rosto dela, tem vezes que ela parece insegura da própria atuação. Eva Mendes, deve estar com a orelha fulminando após o filme passar aqui no Brasil, pois é garantido que se você for ao cinema com qualquer garota, ou observar as mulheres que estão na sua sala de cinema, irá ouvir todo tipo de nomes lindos sendo referenciados a ela, e isso se dá pela boa atuação que ela entrega ao seu papel, embora algumas falas soem falsas. Guillaume Canet era pra mim um ator desconhecido, mas fui ver sua ficha cinematográfica e o rapaz já fez vários filmes que não apareceram por aqui, um bom ator que tem um rosto interessante tanto para comédias românticas quanto para dramas, e poderia ser melhor usado. Muitos vão me xingar, mas o destaque do filme embora seja pequena a atuação é do cachorro labrador Lucy, que faz as melhores caras nas cenas que está junto com a protagonista, e na sala onde fui ver o filme, ouvi falarem e também pensei que a cachorra fosse denunciar a traição.

Os cenários praticamente são poucos e muito mal aproveitados pela diretora, que preferiu focar mais em planos fechados nos rostos dos atores e com isso os elementos cênicos são praticamente eliminados, e nas cenas que são usados, mostram a relação em si e ficou no ar apenas que poderiam ter sido melhores usados. A fotografia usou do tradicional sem abusar em nada, utilizando apenas muitas tomadas das cenas, fazendo com que a edição ficasse mais dinâmica e interessante. Dá bastante trabalho fazer isso, mas o resultado principalmente para dramas, dá um efeito bem legal.

Enfim, é um drama bem bacana, que poderia ser melhorado mais com o empenho dos atores do que com a história em si, para o primeiro trabalho como diretora já fico na espera do seu próximo no qual poderá melhorar os pequenos erros. Vale o ingresso, mas cuidado ao ir ver com quem for assistir, pois pode ficar perigoso para você depois sair com qualquer amiga(o), fica a dica!!! É isso pessoal, encerro a semana aqui, foi bem corrido, mas extremamente prazeroso o fim de semana recheado de bons filmes. Agora é aguardar até sexta para ver o que teremos. Abraços, e boa semana para todos!


Bel Ami - O Sedutor


Filmes épicos costumam prezar por figurinos e cenografia, alguns possuem mais do que isso, tendo boas histórias e atuações que fazem com que o filme seja lembrado. Infelizmente não é o que acontece com “Bel Ami – O Sedutor”, onde a história não é tão interessante e aliada a lentidão dos fatos, o filme acaba cansando em sua metade, porém tem um desfecho interessante pelo menos.

O filme nos mostra que George Duroy, conhecido como Bel Ami, é um jornalista, mulherengo e ambicioso, que viaja pela Paris de 1890, passando por sótãos cheios de baratas à salões de beleza opulentes, usando sua inteligência e poderes de sedução para sair da pobreza e conseguir riqueza, do abraço de uma prostituta a encontros apaixonados com beldades ricas, em um mundo onde a política e a mídia se atropelam por influência, onde sexo é poder e fama uma obsessão.

O roteiro em si, poderia ser mais forte, pois já fica claro nos primeiros minutos a ganância do personagem, e uma das frases ditas ao final do filme faz o resumo completo dele, tanto que aqueles que assistirem o filme daqui a alguns tempos zapeando de canal, pode ver o início e ao ver o final conseguirá assimilar tudo que ocorreu. Esse pecado se deve mais ao motivo de uma direção fraca já que pelo livro ter sido algo tão vendido e lido, não dá para falar que ele seja ruim, visto que as atuações não podem ser culpadas, pois seguem uma linha até que bem interessante.

Que Robert Pattinson vem melhorando em suas atuações é notável, ainda não está perfeito para brigar por algum prêmio, mas já se vê interpretação em suas falas, que não estão sendo ditas ao vento mais. Claro que teve grande ajuda em cena pelas belíssimas mulheres Uma Thurman e Christina Ricci, que ditam todo o filme com boas frases e belos figurinos arrancados à força por Pattinson em suas cenas de sexo. Porém o grande destaque no quesito diálogo fica para a interpretação de Colm Meaney que consegue estar com boa entonação em todas as cenas que aparece, e em certos momentos ele faz o que a maioria dos grandes atores está acostumado: pisar em Pattinson só com algumas palavras.

Como disse no início, o grande ponto de épicos, principalmente os sem histórias, está na cenografia, que é bem caprichada para mostrar a Paris de 1890 dominada pelos burgueses ricos, então o que se vê são objetos de cena com todo o glamour possível e até nas cenas mais pobres se vê um requinte nas escolhas cenográficas, por exemplo o local onde George mora e ao levar a primeira madame para lá ele tenta enfeitar o local com objetos bem interessantes. A fotografia também soube trabalhar bem e em vários momentos é usada para tentar mostrar o ar de sedução do protagonista, sempre com tonalidades escuras, as iluminações fazem o foco à todo momento. Destaque para a fotografia na carruagem na cena de chuva onde é visto o momento de virada da história.

A trilha sonora é envolvente, mas segue o mesmo padrão de todos os épicos, sem inovar em nada. O que já está ficando cansativo. E infelizmente a forma que é ditada no longa, não ajuda a deslanchar a história, fazendo com que o filme fique bem mais longo do que é realmente.

Enfim, não diria que é um filme que seja necessário assistir. Poderia ser bem melhor se tivesse um ritmo mais condizente e a história não fosse tão óbvia, mas acertaram a mão em escolher Pattinson, pois pelo menos conseguirão ter um lucro com todas as suas fãs que com certeza irão assistir o filme. Fico por aqui, mas hoje ainda temos mais um post aqui no blog. Abraços e até daqui a pouco pessoal.


sábado, 18 de agosto de 2012

360

Quando falamos que um filme é extremamente linear, muita gente reclama, então porque não fazer um filme cíclico? Essa é a idéia de "360", um filme lotado de estrelas do cinema internacional, onde praticamente ninguém é coadjuvante e vão se interligando até formar o ciclo completo de forma que conseguem faze-lo quase sem muitas reviravoltas com cada personagem e por incrível que pareça, isso flui naturalmente sem atrapalhar o fluxo dele.

O filme inspirado em "La Ronde”, clássica peça de Arthur Schnitzler, nos mostra um olhar sobre o que acontece quando parceiros de diferentes classes sociais se envolvem em relacionamentos físicos. 360 junta uma moderna e dinâmica ciranda de histórias em uma só, ligando personagens de diferentes cidades e países em um conto vívido, cheio de suspense e profundamente comovente.

A história do filme roda numa sintonia que como estamos acostumados a sempre esperar reviravoltas na história, ficamos a todo momento querendo ver algum conflito extremo, mas por ser cíclico sempre um personagem sai e outro entra sem precisar que o que ocorre com o personagem anterior seja algo forte a mudar o rumo da história. A direção de Meirelles é intrigante quanto a isso, pois faz com que o filme esteja andando e a cada virada de personagem, tenha uma boa passagem sem que o fluxo seja estragado nem que um personagem tenha mais relevância que outro.

Falar das atuações num filme onde o elenco é perfeito e não tem coadjuvantes é algo dificílimo, mas vou destacar alguns que gostei tanto da forma que atuou quanto da forma que deu a atuação, falo de Anthony Hopkins e Ben Foster que foram dois gentlemen com Maria Flor, fazendo com que a atuação dos 3 fossem um dos pontos mais interessantes do filme. E também posso destacar o papel de Vladimir Vdovichenkov que é um personagem interessante para o que podemos dizer de quebra da história para ter o fechamento. Mas poderia falar bem de todos, pois fazem bem seus papéis sempre dando a deixa para que a história seguinte caminhe bem.

Acredito que esse tenha sido o filme que Meirelles teve a maior verba em quesito de produção, e com isso o longa passa por diversos idiomas, cidades e países, tendo um visual de locações grandioso, de forma que a equipe de arte trabalhou muito bem para que tudo fosse interligado sem atrapalhar o andamento da história. Não que seja um filme onde os objetos de cena aparecessem nem chamassem a atenção, pois em suma fica tudo nas locações por onde os personagens estão, mas tudo está bem colocado para não chamar atenção. A fotografia de Adriano Goldman também é algo bem primoroso, utilizando todos os elementos possíveis para que uma cena interligue na outra sem transparecer as mudanças de cenários e deve ser vista com bons olhos. E claro já que temos várias interligações não podíamos ficar sem falar de Daniel Rezende, editor que sempre é parceiro de Meirelles nos seus filmes e fez inclusive a mistureira completa de imagens de "Árvore da Vida", mas aqui ele acerta a mão diferentemente do filme do Malick.

O longa conta com boas trilhas também dando um ritmo nas cenas que precisa e segurando nas que é necessário também. Não é algo que seja muito prestável de atenção, mas está lá condizente em cada cena, segurando o clima.

Enfim, Meirelles mostra que continua sendo um ótimo diretor e como já disse em entrevista que tem realmente de ficar lá fora, pois lá os investimentos no cinema acontecem e dá para fazer bons filmes. Recomendo o filme para todos, mas algumas pessoas podem achar um pouco estranho o ciclo do filme, mas ao final tudo fecha de forma interessante e agrada bastante. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais aqui no blog, abraços e até lá pessoal.


Um Divã Para Dois


É incrível como alguns atores podem nos trazer um filme que em sua essência é super simples, mas que ao final do conteúdo acaba sendo maravilhoso de assistir. Esse filme tem nome “Um Divã Para Dois”, e os atores são não dois, mas sim três elementos perfeitos chamados Meryl Streep, Thomy Lee Jones e Steve Carell que conseguem fazer uma comédia romântica completamente envolvente com pitadas amorosas simples, mas que realmente pode fazer a diferença num casamento longínquo.

O filme nos mostra que o Dr. Feld é um famoso terapeuta de casais que já resolveu muitos casos bem complicados. Quando Kay finalmente consegue arrastar seu teimoso marido Arnold para o divã do Dr. Feld, nunca mais nada será como antes, pois dividir o mesmo divã com o marido será muito mais complicado do que dividir a mesma cama.

O interessante do filme que mesmo sendo um tema que é difícil de se lidar, a continuidade do casamento em seus termos práticos após longos anos de convívio, o roteiro acaba sendo levado de forma tão leve, que a direção aparentemente apenas pegou os atores e falou: façam como vocês acham que deve ser, pois em momento algum parecem estar atuando e sim sendo eles próprios em sua maturidade.

Já que iniciei a falar sobre a atuação, o filme é deles, dos 3 atores que estão melhores do que nunca, e falo mais, se estivéssemos em época de preleção de prêmios, já poderia assegurar algumas cadeiras para todos. Meryl está perfeita, não tão forte como costuma ser em um personagem fictício, mas sendo aparentemente ela mesma, uma atriz sênior que sabe dominar a câmera e sua própria interpretação. Steve Carell faz um terapeuta de forma tão calma que em vários momentos me peguei perguntando se a formação anterior dele não era essa, muito melhor do que qualquer papel cômico que ele tenha feito, ele se torna doce ao mesmo tempo que faz ríspido para tirar as confissões de seus pacientes. Porém o grande destaque mesmo do filme fica nas mãos, corpo e interpretação facial de Tommy Lee Jones, que finalmente faz um papel que condiz com sua idade, interpretando qualquer senhor de idade que estamos acostumados a ver por aí, com seu ar carrancudo, mas ao mesmo tempo podendo ser adoçado e tendo seus sentimentos presos prontos para serem liberados. Fazia tempo que não via um filme tão gostoso de ser visto, principalmente tendo o foco na atuação dos protagonistas.

Em quesito visual, o filme também é leve, usando de uma cidadezinha simples que nem é tanto o foco do longa, portanto nem deve ser relevado, pois acaba sendo apenas um pano de fundo para as boas interpretações. Os detalhes claro estão bem presentes para demonstrar a economia, para não dizer a pão-durice de Arnold sendo um contador sempre querendo economizar com tudo desde um café da manhã até um hotel beira de estrada, e depois colocando a cena mais romântica do casal onde ele não dispensa nada, tendo todos elementos de um bom encontro romântico. Todos esses elementos foram bem escolhidos pela direção de arte, de forma a não atrapalhar o principal, que é a interpretação dos atores. A fotografia usando de elementos de desfoque poderia ser um pouco menos exagerada, mas não chega a atrapalhar.

Outro ponto bem escolhido do filme está nas trilhas sonoras colocadas, utilizando de músicas antigas, mas que embalaram bons romances. Além de serem boas canções, condizem em muito no sentimento que o diretor quis passar nas cenas em que estão sendo tocadas, não destoando nem um segundo da mensagem que se quer passar.

Enfim, um ótimo filme e uma ótima escolha para todos que queiram ver a verdadeira essência de um casamento, para que possam fazer as mesmas perguntas que o personagem de Carell faz uns para os outros, analisando o que é bom e o que é ruim antes que o casamento vá para o brejo. Muitos irão falar que o filme é adocicado demais, mas na minha opinião ele ao mesmo tempo que é feito de açúcar contém pitadas do mais amargor que um romance pode se tornar. É isso pessoal, fico por aqui, mas daqui a pouco tem mais. Até breve.


O Vingador do Futuro


Muitos amigos já ficam irritados só de saber que um filme é refilmagem de outro, principalmente se for um clássico, no meu caso como mesmo os clássicos esqueço rapidamente o que tenha me chamado muita a atenção nem ligo, e sempre vejo cada filme como se fosse algo novo. Por isso vamos lá falar o que achei do novo “O Vingador do Futuro”. O filme em si, tem uma história levemente complexa, mas que se desenrola de forma auto-explicativa sem problemas, porém a grande sacada do diretor foi criar um visual que em muito lembra “Blade Runner” em algumas cenas e dita uma velocidade de ação tão forte que se o filme fosse 3D seria garantido muita gente passar mal.

O filme nos dá boas vindas à Rekall, companhia que pode transformar seus sonhos em memórias reais. Para um operário de fábrica como Douglas Quaid, embora tenha uma bela esposa, Lori , que ama, a viagem pela mente soa como as férias perfeitas de sua rotina frustrante - memórias reais de uma vida como espião podem ser exatamente o que ele precisa. Mas, quando a operação dá errado, Quaid se torna um homem caçado. Perseguido pela polícia - controlada por Vilos Cohaagen, líder do mundo livre -, Quaid alia-se à rebelde Melina  para encontrar o líder da resistência do submundo Kuato e derrotar Cohaagen.

Lendo a sinopse você pode achar tudo extremamente confuso, mas com alguns minutos de filme, a impressão já muda e tudo começa a se encaixar, sendo fechado de forma bem interessante. O único problema para o pessoal que costuma precisar de um tempo para assimilar as histórias é que o filme é todo no gás da velocidade de ação, parando uma ou outra vez para tomar um fôlego e depois volta na correria, o que faz com que o filme pareça ser mais difícil do que realmente é. Gostei bastante de não ter sido convertido ou filmado em 3D, pois muitas cenas até ficariam bacanas utilizando a tecnologia, mas pelos movimentos fortes de câmera em alta velocidade, faria muitos não se sentirem bem vendo o filme.

Nas atuações, Colin Farrell faz bem seu papel, correndo, pulando e brigando, mas quando a cena pede um pouco mais de interpretação nos diálogos, ele faz como na maioria de seus filmes que atuou, ou seja, extremamente seco, sem dar um ar novo para o personagem, e aí que entra uma das principais lembranças do filme original onde o Schwarzenegger faz uma das suas melhores atuações, e claro a comparação nesse quesito ficou forte. O destaque dessa nova versão, eu colocaria para Kate Beckinsale que faz uma vilã de forma a ficar com raiva e que torçamos para que ela se ferre no final da trama, e como já disse várias vezes em outros posts, esse é o que faz um vilão ser marcado como vilão, não lembro direito como Sharon Stone fez o papel, mas vou rever o filme esses dias e posto nos comentários depois. Kate Beckinsale também agrada em seu papel, apesar de fazer umas expressões de piedade ao estilo Gato de Botas que em alguns momentos chega a irritar. A melhor cena de diálogo, que é um  dos pontos chaves do filme também se deve a boa atuação de Bokeem Woodbine que embora sempre faça pontas em filmes, sempre consegue dar seu máximo de interpretação para que a cena que possa aparecer mais se destaque. Bryan Cranston embora seja o grande vilão da trama, fica meio apagado e acaba sendo apenas um nome no filme que não funcionou.

Agora o grande destaque mesmo do filme é o quesito visual, sem dúvida alguma, as cidades construídas, seja digitalmente ou se ergueram qualquer parte que seja para gravar, ficou perfeita, e nos remete ao futuro que estávamos acostumados a ver nos filmes antigos: cheio de carros voadores, policiais sentinelas, telefones nas mãos e tudo mais que se pudesse pensar. E acertadamente a equipe de arte nos dá um banho de imagens para relembrar isso de forma a sairmos bem felizes com o que vemos em cena. A fotografia conseguiu fazer do filme algo bem interessante, pois trabalhou com 3 cidades de forma bem diferentes, uma escura mas com vários flashes de luz sempre passando pelas frestas nos dá a agonia inicial do personagem, a outra capital cheia de tecnologia mais clara cheia de brilho, e uma terceira destruída onde o amarelo químico das guerras faz com que pareça que um deserto dominou de poeira tudo que se vê. Além claro da cena de chuva onde a referência da melhor fotografia aliada a direção de arte do cinema nos remete ao filme “Blade Runner” com toda certeza foi uma boa sacada.

A trilha sonora é bem variada de momentos tensos, momentos agitados e silêncios contínuos para algo que queira chamar atenção, ao exemplo da cena no piano, que é bem interessante. A opção de não ter trilhas cantadas também foi bem agradável pois manteve o foco no visual e não em algo que pudesse destoar.

Enfim, é um filme bem bacana, não digo que seja algo sensacional, mas analisando ele como um filme novo, sem pensar no anterior e somente em um filme que usou o nome apenas, agrada bastante. Por isso recomendo que veja limpando tudo que se lembra do anterior, que somente assim aproveitará mais. Quanto do nome fique com a versão original americana “Total Recall” que é mais condizente que a brasileira. Bem é isso, fico por aqui, mas hoje ainda tem mais dois posts aqui no blog, aguardem. Abraços e até mais.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Lola

Fazia tempo que não assistia um filme tipicamente da Sessão da Tarde, e esse é tão desse gênero que daqui a 3-4 anos quando for passar na TV muitos vão achar que a Malhação começou mais cedo. Com essa idéia já dá para induzir praticamente tudo de "Lola", ou seja, um filme adolescente, simples e sem pretensão alguma de ser algo profundo.

O filme nos mostra que Lola namora Chad. Ele têm uma banda e ensaia quase todos os dias para o grande show da escola. Tudo ia muito bem entre eles até Lola descobrir que Chad é na verdade um galinha. Para piorar suas notas na escola vão de mal a pior. Sua mãe está tão brava com as confusões de Lola que não vai mais deixar ela ir à Paris no final do semestre com a escola. Só que as coisas ficam ainda mais complicadas quando Lola percebe que Kyle, seu melhor amigo, pode ser muito mais que isto. O que fazer agora, se todos eles só pensam em se divertir e curtir?

Ao ler a sinopse acima, lhe garanto que você já induziu o filme completo e nem precisará ir ao cinema assistir o filme. Pois unindo a sinopse com o que conhecemos sobre filmes de romances adolescentes americanos e novelas adolescentes brasileiras, já se conclui completamente tudo sobre o filme e seu andar. A diretora consegue fazer uma linguagem até que razoável usando os chats ao estilo MSN nas conversas dos personagens pelos computadores, mas tirando isso o filme anda de forma bem linear sendo corrido com músicas e imagens para economizar atuações. Possui algumas cenas bem divertidas, mas como disse no início não passa de uma Malhação no formato americano de ser.

As atuações são bem fraquinhas, inclusive de Demi Moore que já fez ótimos papéis, agora está irreconhecível no papel de uma mãe que pode ser confundida facilmente como sendo a filha, e é bem isso que a diretora quis ao colocar seus filhos mais novos no filme falando em uma cena que está a mãe e a avó. Miley Cyrus consegue fazer a teenager perfeita embora com apenas 20 anos de idade consiga aparentar ser bem mais velha do que os 16-18 anos que o personagem pedia. Os demais personagens nem merecem muito destaque, pois são apenas elos que passam pelas duas protagonistas.

A parte artística é até bem variada, pois passa por diversos cenários sempre bem bagunçados característicos de adolescentes, mas não chegam a ser um primor que faça o filme destacar. A fotografia também bem que tenta usar uns efeitos de câmera para valorizar, principalmente nas cenas em Paris, mas também não consegue fazer com que o filme seja lembrado por ter isso.

As canções inseridas são bem gostosinhas de ouvir, tanto as que Miley sempre está ouvindo em seu fone de ouvido quanto as da banda fictícia do filme. Se tem um ponto bom a valorizar do longa está nas escolhas musicais que foram bem colocadas.

Enfim, será com certeza um filme que daqui a alguns dias nem devo me lembrar de ter assistido somente quando ver ele na Sessão da Tarde como falei, mas não posso também falar que é um filme péssimo. Fica bem no meio do caminho quase caindo pro lado ruim. Recomendo assistir somente se você não tiver mais nada para ver, o que não vai ser o caso dessa semana cinematográfica lotada de estréias que começa amanhã, ou seja, mais uma semana recheada de posts aqui no blog. Então abraços e até amanhã pessoal.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios

Que os filmes brasileiros vem melhorando sua qualidade é iminente, mas alguns dramas conseguem entrar em origens tão estranhas da cultura que acabam ficando duvidosos de serem bons ou ruins. O filme "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios", é um mix de fotografia tanto cinematográfica quanto still maravilhoso com fades exagerados em cada mudança de cena, porém se deplora ao colocar questões ecológicas e religiosas no meio de um filme. Acredito estarem presentes essas ideologias no livro, mas acho que se filtrasse ou fosse menos explícito cairia melhor.

O filme nos apresenta Cauby que tem 40 anos, trabalha como fotógrafo de uma revista semanal e resolveu trocar São Paulo pelo interior do Pará. Cético em relação ao amor e devotado à beleza, ele encontra num lindo cenário amazônico a bela e instável Lavínia, mulher do pastor Ernani, homem que acredita ser possível consertar as contradições humanas.

O roteiro em si é bem denso e vai crescendo com a continuidade do filme, e minhas rezas andam boas, pois o filme tem final, já que na sua metade não acreditava que não teria um. A consciência ambiental é interessante, mas ela acaba sendo colocada como foco em alguns momentos do filme que seriam desnecessários na entonação usada, tanto que em alguns momentos você fica se perguntando se aquilo faz parte mesmo do contexto do filme ou foi colocado ali apenas para rechear tamanho. As cenas de sexo são bem quentes e os atores estão muito bem dirigidos, mostrando um ponto forte do diretor que mesmo nas cenas cheia de populares faz com que todos pareçam estar num filme.

Como falei acima, os atores estão muito bem dirigidos, e sem dúvida Camila Pitanga mereceu o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio, seu gestual e interpretação estão a níveis que mesmo vendo boas interpretações dela em novelas jamais imaginei vê-la fazendo em cena. Ela passa por 3 momentos no filme de completa interpretação diferenciada que nem parecem serem feitos pela mesma atriz. Zé Carlos Machado e Gustavo Machado também fazem bem seus papéis, mas o filme é da atriz sem dúvida. Outro destaque interessante do filme é o papel de Gero Camilo, um jornalista que fala sempre declamando poemas de uma forma carnal introspectiva, mas bem interessante.

Um dos pontos fortes do filme está na fotografia, que sempre pegando rastros de luz sob cenas escuras puxadas para o tom avermelhado do fogo da paixão proibida, consegue enfocar imagens viscerais dos personagens e em diversos momentos elas vão tão fundo que ao serem quebradas pelos fades(que na minha opinião só serviram para estragar o filme quebrando ele a todo momento) nos deixam com gostinho de quero mais. O outro ponto interessante está na caracterização de figurino e cabelos dos personagens que por passarem por diversos momentos sempre estão diferentes de tal forma a dar uma boa passada de cena. E claro os elementos cênicos embora poucos, são muito bem utilizados para dar foco em tudo que o diretor queira mostrar em cada momento.

Enfim, é um filme no mínimo interessante, poderia ser melhor, mas faz valer o ingresso. Com toda certeza vai haver diversos tipos de opiniões sobre ele, tanto dos que gostaram mais quanto daqueles que irão odiar muito, mas como o diretor Beto Brant é um diretor da escola que faz filmes de autor, ele nem está ligando para a opinião do público. Fico por aqui, mas ainda tenho mais um filme essa semana para assistir e compartilhar com vocês, então abraços e até breve pessoal.


domingo, 12 de agosto de 2012

Além da Liberdade


Como já disse outras vezes, filmes que são baseados em fatos reais geralmente costumam ou ser chatos demais ou acabam comovendo fortemente. O caso de “Além da Liberdade” é um dos que conseguem comover com uma história forte de devoção pelo país de tal forma que ao final do filme já estamos com ódio do ditador e também nervosos pelas opções da protagonista.

O filme nos mostra uma história de amor épica sobre um casal extraordinário e seu sacrifício para atingir a felicidade e a renúncia pessoal por uma causa maior. Aung San Suu Kyi e Michael Aris mantêm o amor apesar da distância que os separa e a hostilidade do regime ditatorial em Mianmar.

O roteiro é bem montado de uma forma precisa que chega a enaltecer o país, mostrando que com persistência se pode vencer uma guerra. Sempre lendo Gandhi, a protagonista usa da mesma filosofia para tentar remover a ditadura da Birmânia, e a forma escolhida pelo diretor Luc Benson para mostrar todo o sofrimento de ter de escolher entre a família e o país embora seja de modo linear, o filme tem ligações temporais que seguram o espectador do início ao fim, sem perder elos e também sem ficar desinteressante.

A protagonista  Michelle Yeoh conseguiu eximir uma mulher forte, mas pregando sempre a paz e os direitos humanos sem exaltar um músculo facial, mesmo nos momentos mais fortes, e isso é brilhante, pois mostra um exercício de atuação dificílimo. O ator David Thewlis também faz muito bem seu papel, pois nos momentos felizes ele apenas demonstra o carinho com sua mulher, e nos dolorosos consegue fazer com que tivéssemos o mesmo sentimento de abandono, mas que torcia para a mulher conseguir tudo. Os atores que fizeram os filhos, embora façam bem seus papéis, pareciam meio afoitos com as câmeras, tanto que nos momentos que aparecem sempre estão de perfil ou amuados meio que fugindo do foco principal. O ditador e seus subordinados também não são atores acostumados com câmeras e acabam fugindo do foco, embora em alguns poucos momentos conseguem fazer seus personagens serem odiados a finco pelos espectadores.

A diversidade cultural juntamente com a pobreza passada do país é bem demonstrada pela cenografia e pela fotografia escolhida, mostrada principalmente na cena em que a protagonista visita os vários povoados do país, onde são vistos povos com suas culturas de distribuir colares, mulheres com pescoços esticados e caras pintadas, e isso engrandece por demais o filme, fazendo ele ficar rico de detalhes de um país que sofreu uma ditadura bem drástica. Além disso embora seja mostrado pouco Oxford, consegue-se também notar o contraponto que o diretor quis de focar riqueza e pobreza em quadro.

A trilha sonora usada também vem de forma a emocionar o espectador, pois é colocado orquestras e sonoridades conforme vai enaltecendo o personagem e com isso vamos entrando no clima que querem sempre focando na doçura e paciência da protagonista. Além de um dos momentos mais belos ser a hora que a protagonista toca o piano e seu marido fala para os soldados o que é aquilo, muito bom.

Enfim, um filmaço para se assistir com gosto. Uma pena ter saído com poucas cópias tanto que fiz uma sessão nostálgica assistindo ele no mesmo cinema onde assisti meu primeiro filme numa sala de cinema anos atrás, um cinema de rua chamado Cine Eldorado em São José do Rio Preto, que apesar de reformado ainda trás muito de sua aparência antiga, mas que conseguiu deixar esse Coelho que vos digita feliz por ver um filme que deve estrear aqui em Ribeirão Preto sabe Deus quando. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda tem mais 2 filmes pelo menos. Abraços e até mais pessoal.


Outback - Uma Galera Animal

As animações estão dominando o mundo, tanto que outros países estão investindo pesado em colocar seus computadores para funcionar e com isso tentar levar crianças para salas de cinema e claro junto de seus pais. A idéia da animação da Coréia do Sul, “Outback – Uma Galera Animal” é até interessante, pois preza por ser um estilo de “Kung Fu Panda”, mas acaba sendo ingênuo demais e faltando carisma para os personagens emplacarem.

O filme nos mostra que Johnny é um raro coala branco que está acostumado à sua vida de mordomias como atração turística no circo. Mas a rotina do bicho vira de cabeça pra baixo quando ele acaba trocando a calma e tranqüilidade pela vida selvagem do deserto. Nessa empreitada, Johnny conta com a ajuda atrapalhada um macaco chamado Higgens e um demônio da Tasmânia de nome Hamish para tornar-se um verdadeiro herói e derrotar um malvado (e enorme!) crocodilo que ameaça os animais da região. Este trio vai viver uma aventura que é o bicho!

O roteiro é bem básico e até é divertido pois os personagens são caricatos mas não cativam o necessário para que você se ligue a eles, principalmente os protagonistas fazendo com que ficamos mais afiliados aos bichinhos secundários do que com quem devíamos ficar. Faltou exatamente esse link que temos com os personagens das animações para que fosse algo marcante.

Os personagens possuem uma modelagem simples, diferente do que estamos acostumados a ver detalhes de pêlos e afins, mas são todos bem variados, dando ao filme toda a gama de animais que possuem no continente mais repleto de animais diferentes que é a Oceania ou mais precisamente o país da Austrália. Jhonny, o coala branco é o protagonista que possui todo um problema de baixa-estima por ser diferente dos demais e acaba sendo considerado uma aberração, e isso que poderia se tornar um diferencial para o filme acaba sendo um problema que não cativa. Miranda, outra coala aventureira se faz de fortona, mas acaba sendo pega facilmente. O canguru só aparece dando chutes e tem meia dúzia de falas apenas. O diabo da tasmânia e o macaco acabam sendo o ponto de foque do filme, mas são tão insistentes na sua idéia inicial que acabam ficando chatos, apenas a cena inicial dos créditos com eles que acaba se tornando divertida. O bacana mesmo do filme, assim como os pinguins de madagascar que são os terciários, são os porquinhos da índia que divertem com seus planos de guerra.

O bacana do filme está no visual que foi criado da Austrália para o desenho, mostrando os detalhes das 3 partes que o país é dividido, nesse quesito é o que faz valer assistir o filme, e aliado a boas músicas faz com que o filme passe rapidamente. No quesito 3D, tem uma ou outra cena que se necessita ficar com o óculos, pois do resto o filme é o mesmo sem óculos.

Enfim, é uma animação bacaninha, mas que faltou os principais elementos para cativar o público que é ter personagens interessantes de serem lembrados futuramente. Vale para ver um trabalho de um país diferente de animação que não seja americano, mas poderia ter sido bem melhor. Bem é isso, fico por aqui, mas essa semana ainda tem bem mais. Abraços e até breve.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

À Beira do Caminho

Já está ficando comum, filme brasileiro que não tem selo Globo Filmes e é lançado em circuito comercial já pode falar é ótimo. Com essa deixa já coloco a recomendação para a nova aposta brasileira da Fox Film do Brasil chamada "À Beira do Caminho", que consegue envolver com doses calmas e com uma produção tecnicamente barata, onde a música de Roberto Carlos consegue transmitir pensamentos dos personagens que em muitos momentos nem são necessários serem falados para passar a emoção que a cena necessitava.

O filme conta a história de João, um homem que encontra na estrada uma saída para esquecer os dramas de seu passado. Por acaso ou sorte, seu caminho se cruza com o de um menino em busca do pai que nunca conheceu. A partir desse encontro, nasce uma bela relação que movimentará o delicado equilíbrio construído por João para enfrentar seus fantasmas.

O roteiro é bem simples embasado nas músicas de Roberto Carlos, porém Breno Silveira, mostra que não precisa de um elenco milionário nem de um estúdio super potente para rodar seu filme. A montagem que escolheu também acredito que fez bem por adotar a linearidade na história presente, porém indo lembrando o acontecimento passado em fragmentos para não deixar claro em primeiro momento toda a história de João. Eu não diria que é um filme açucarado, mas se você gostou de "Central do Brasil" vai se lembrar bem do formato e até ficar feliz com o final optado.

As atuações de João Miguel e Vinicius Nascimento estão perfeitas, pois rola a química necessária de uma formação de amizade desconhecida, onde uma frase do garoto diz tudo logo no começo da trama "uma mão lava a outra" e aliado à várias outras frases que aparecem nos parachoques dos caminhões podem exaltar o momento de cada cena. O destaque mesmo fica com os dois protagonistas, o garoto Vinicius Nascimento que com mais um pouco de estudo de dramaturgia deve logo estar entre os bons atores do cinema nacional, e João Miguel que consegue fazer um papel rude e doloroso que em seu interior se enxerga todos os problemas que passa, muito forte a personalidade escolhida para a trama. Dira Paes também faz bem seu papel curto, mas bem colocado.

A fotografia de Lula Carvalho não existe, esse cidadão que explodiu em "Tropa de Elite" e desde então só encabeça as melhores fotografias de filmes brasileiros, explora cada canto do filme, seja dentro da cabine do caminhão, seja nas paisagens captadas da estrada por onde o caminhão passa. Claro que a boa direção de arte de Claudio Amaral Peixoto ajuda bastante colocando elementos cênicos em todas as partes e junto do diretor escolhendo os melhores caminhos, ou locações para que o caminhão passasse. Mas a dupla junta, podem marcar aí, que sempre virá bons filmes visualmente perfeitos.

Nunca fui um amante das músicas do Roberto Carlos, mas hei de convir que assim como em "Mamma Mia" todas as músicas do Abba combinam com o filme, aqui todas do Rei caem como uma luva para as cenas, e dizem tudo de forma gostosa sem se tornar piegas. É uma pena que li que ele não liberou todo seu repertório para o filme, por isso algumas aparecem repetidas.

Enfim, é um filme com cara de festival, mas construído de forma interessante para qualquer espectador comum assistir e gostar do que vê. Recomendo sim para todos, pois embora tenha quase 2 horas de duração, passa de forma gostosa de assistir. Ah e como é de costume, mais um filme que não esperava nada e me surpreendeu. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas essa semana ainda tem alguns por aqui. Então abraços e até breve.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

31 Minutos - O Filme

Uma coisa que me deixa abismado é filmes surgirem sem ao menos ver um trailer que seja no cinema e quando o filme é uma co-produção "brasileira" que teve grana do país e foi lançado no Chile em 2008, México em 2009, Argentina em 2011 e só aparece aqui agora em 2012, o que devo falar??? Lendo isso muitos podem me responder: Ah é uma animação de fantoches, ninguém vai gostar disso aqui, deve ser muito ruim. E eu retruco, muito pelo contrário "31 Minutos - O Filme", é muito bem trabalhado, e agrada na medida do possível e se não fosse algumas cordinhas que fazem questão de mostrar, poderia passar muito bem como uma animação comum dessas de stop motion.

O filme mostra Juanín é o produtor do famoso noticiário de TV 31 Minutos, e o último de sua espécie. Mal sabe ele que sua raridade desperta o interesse de Cachirula, uma malvada colecionadora de animais em extinção que precisa dele para completar sua exótica coleção. Com a ajuda de Tio Careca, ela inicia uma caçada pelo último membro dos juanines... Vítima de um plano malévolo, Juanín é raptado e levado até o fantástico castelo de Cachirula, onde ela mantém prisioneiros todos os animais de sua coleção. A atrapalhada equipe do programa 31 Minutos iniciará uma busca alucinada pelo seu amigo e companheiro de trabalho, sem saber que precisarão enfrentar um verdadeiro exército para resgatar Juanín.

A história é bem bacana e embora extremamente infantil, diverte pelas piadas bem brasileiras presentes nessa versão de uma série animada chilena. O diretor que é o mesmo da série soube fazer bem o uso dos seus personagens para que desse uma trama de não um episódio alongado mas sim um filme mesmo independente de que conheçamos quem é cada personagem. E isso faz ele ficar bacana, pois vamos crescendo na idéia junto com os personagens.

A dublagem de Marcio Garcia, Daniel de Oliveira e Mariana Ximenes é quase diríamos que as vozes dos bonecos, pois em momento algum nos faz lembrar deles se não for ver pelos créditos ou pelo poster. Emprestaram apenas as entonações, pois acredito que foram mixadas as vozes com efeitos para chegar o mais perto das vozes dos bonecos. Dos personagens, todos são bem caricatos e convencem da forma que fazem as coisas. O mais divertido é o personagem que faz algo meio nortista que me fez rir bastante, mas o personagem principal também é bem bacana.

A cenografia para uma animação está bem elaborada e faz o filme ficar no nível dos "Muppets" pela quantidade de cenários, objetos cênicos e personagens diferentes que aparecem no filme, claro que aqui é algo mais simples, mas tem um charme bem interessante. A fotografia é um pouco precária deixando falhas em alguns momentos que poderiam ser mais sutis quanto a serem fantoches, mas acredito que a intenção dos diretores era a de realmente focar que eram.

As músicas de fundo são bacaninhas, tirando a que todos os personagens cantam, que daí apelaram um pouco, mas como é um filme infantil, acredito que a criançada vá curtir.

Enfim, é um filme bem feito, que agrada mas não é algo primoroso. Achei uma pena apenas ter dinheiro brasileiro envolvido e aparecer no Brasil apenas 4 anos após sua estréia na terra dos diretores. As crianças que forem ver acredito que irão gostar bastante, já os pais podem até se divertir um pouco mas em alguns momentos cansa, pelo menos é curto(82 minutos). Bem é isso, encerro essa semana que foi bem produtiva de filmes de todos os tipos por aqui no blog, mas amanhã já inicio uma nova semana cinematográfica. Então abraços e até amanhã pessoal.


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Faça-me Feliz

Uma comédia leve e divertida, chegando ao absurdo de situações no melhor estilo Mr. Bean francês. Com essa frase inicial acho que defini bem o filme "Faça-me Feliz", pois as trapalhadas que o personagem principal se mete são dignas de Rowan Atinkson, o eterno Mr. Bean. São tantas gafes que comete que diverte o público na medida, pois não apela como normalmente veríamos se fosse um filme americano que partisse pro mesmo gênero.

O filme nos mostra que Ariane está convencida de que seu marido Jean-Jacques está interessado em outra mulher. Para salvar seu casamento, ela pede que ele tenha um caso com essa mulher, acreditando que essa é a melhor solução para acabar com as ilusões de Jean-Jacques. Mas, quando ele vai até a casa dessa mulher que mal conhece, ele ainda não sabe que ela é filha do presidente da República.

A trama é bem gostosa de ser vista e diverte numa velocidade interessante que faz com que o filme aparente ser menor ainda do que seus 92 minutos. O bacana do roteiro é que assim como nos filmes do Mr. Bean, já logo de cara começamos a ver que tudo vai errado, mas ainda assim o público torce para que o personagem principal consiga fazer sem se dar mal, mas nunca acontece. E claro que essas gags já estão marcadas e fazem rir com certeza, o que faz do filme um sucesso entre o público que claro foi ver uma comédia e não deveria sair senão da sala com um sorriso na cara. Um bom acerto para o diretor, roteirista da trama ao fazer ele, só acredito que seria melhor ter colocado algum ator e não ir para a frente como personagem principal também.

O interessante da carreira de Emmanuel Mouret é que ele tem 10 filmes no currículo como ator sendo 8 filmes dirigidos por ele mesmo, então já sabemos que ele adora se colocar em seus próprios filmes, mas quanto da sua atuação está bem bacana, porém acredito que um personagem com uma cara menos de galã cairia melhor, já que é notável suas tentativas de fazer cara de bobo. As mulheres todas bem bonitas e fazem bem seus papéis, não tendo muito destaque para praticamente nenhuma, pois como são coadjuvantes apenas dão a cartada para que o personagem de Emmanuel faça a cena.

A cenografia bem rica de elementos para contrapor o rico com o pobre, utilizando-se claro de objetos bizarros para fazer acusações claro ao esbanjamento de inutilidades que o governo francês costuma ter em suas casas. A fotografia acredito que não quiseram mostrar como sendo um filme atual, principalmente pela granulação escolhida para ele, mas não chega a atrapalhar, pois os elementos cênicos que a direção de arte pôs no filme valem para qualquer época e assim faz com que tudo ande no fluxo.

As trilhas sonoras francesas costumam me incomodar um pouco, pois sempre são pejorativas demais ao filme, forçando a graça para elas, e esse é um ponto que se manteve infelizmente. Fica parecendo um episódio antigo de cinema onde o pianista ficava tocando para entonar na cena a graça.

Enfim, é um filme que vale a pena ser visto principalmente para essa comparação que fiz, ver um personagem que já estamos "acostumados" a ver sob a visão francesa. Tem alguns errinhos, mas não atrapalha a diversão. Bem é isso, acabo o festival por aqui, mas amanhã e quinta para aqueles que quiserem ver tem reprises de alguns filmes ainda. Na quinta estou de volta com um do cinecult e já começo a preparação para a próxima semana cinematográfica que promete ser grande também. Então abraços e até quinta pessoal.

O Céu Sobre os Ombros

Mais um filme sobre a realidade!!! Estou achando que os diretores brasileiros estão indo contra a maré que prefere ver uma novela bem ficcional, pois querer mostrar a vida de pessoas sob o ponto de levar isso para o cinema não de forma inventiva e abstrata não está agradando. O filme "O Céu Sobre os Ombros" é mais um desses. Mas acredito que caso fizesse uma interlocução dos personagens virando uma história caberia melhor e acredito que não faria as pessoas saírem da sessão com cara de "O que foi isso que eu vi? Porque eu paguei para assistir isso?"

O filme nos mostra alguns dias da vida de três personagens: Everlyn é uma transexual que fez mestrado sobre os diários de um hermafrodita do século XIX e vive entre a prostituição e os cursos de sexualidade que ministra como professora. Murari é um devoto da religião Hare Krishna e líder de torcida organizada. Lwei é africano descendente de portugueses e escreve vários livros ao mesmo tempo, sem nunca ter chegado à conclusão de nenhum.

Ao ler a sinopse já vemos que o filme é um retrato filmado que poderia ser bem um desses programas da TV, mas por usar algumas câmeras diferenciadas, resolveram que poderiam colocar isso no cinema e que o público, principalmente os de festivais, iriam adorar o que veriam, o que se esqueceram é que muitos festivais são pagos, e daí a coisa muda porque pagar para ver a vida de pessoas diríamos "diferentes" é algo ruim, já temos o Big Brother e tantos outros realities gratuitos que sempre tem suas bizarrices. Acredito então que o maior erro foi não conectar as histórias de forma a dar algo ficcional para elas e aí sim transformar em cinema.

Quanto da atuação nem irei comentar, pois não são atores e sim pessoas, então o que estão mostrando na tela são o que são, claro que devem ter dado uma pequena aumentada, mas ainda assim são eles.

Outro problema imenso é a fotografia extremamente escura, como já estando em meu último dia de festival quase já não conseguia distinguir mais imagem do fundo negro que optaram por não iluminar, e com isso o que vemos em muitas cenas são borrões no meio de uma penumbra. Péssimo.

Enfim, a única coisa que salva um pouco do filme são as músicas de fundo que são boas, pois se tirar isso não se aproveita nada. Seria mais ou menos bem colocado numa matéria dessas que o Fantástico ou outros programas da TV fazem para mostrar a vida de uma pessoa e mais nada. Bem é isso, não recomendo para ninguém esse filme e assim como os próprios organizadores do festival falaram, esses vieram empurrados pelas distribuidoras para que passassem os bons filmes que foram pedidos. Uma pena essas vendas casadas, mas fazer o que? Fico por aqui, mas daqui a pouco tem o último filme do festival que assisti. Até daqui a pouco.


domingo, 5 de agosto de 2012

O Homem Que Não Dormia

É complicado falar de um filme quando você não está imerso na cultura de determinada região. Pior ainda quando um diretor a usa de forma pejorativa elucidando imagens de órgãos sexuais à uma história mais confusa ainda. Então irei economizar linhas para descrever "O Homem Que Não Dormia" em pouquíssimas palavras, que é o que me faz viver inconformado de filmes brasileiros serem tão rejeitados pelo próprio público brasileiro que ao ver empresas públicas tais como Petrobras e o próprio governo além de outras grandes de renome patrocinando filmes tão ruins que daí acabam generalizando com os que seriam bons e acabam sem dinheiro para serem lançados e evaporam para o público em geral.

No filme temos cinco moradores de uma cidadezinha do interior que acordam na mesma noite com o mesmo pesadelo sobre um homem sinistro e seu tesouro enterrado. Depois disso, a rotina medíocre do vilarejo muda ainda mais com a chegada de um peregrino. Desde então, acontecimentos insólitos tomam conta do local.

Lendo a sinopse poderia até achar que seria um suspense interessante de ser visto, mas logo nas primeiras cenas já comecei a remeter o filme ao péssimo "Jardim das Folhas Sagradas", porém ao invés de ficar preso a uma religião como foi o Jardim, esse fica mais em lendas no começo e depois vira algo que nem em um sonho muito ruim conseguiria imaginar que fizessem um filme. É lastimável a quantidade de cenas mostrando nudez sem sentido algum, unido a pessoas berrando coisas malucas. E quando você achar que o filme está ruim, pode piorar com a cena final e a frase escrita nos créditos, aí esse Coelho que vos digita não aguentou mais e caiu na risada com o seguinte pensamento: "O que eu fui fazer no cinema hoje?"

Quanto das atuações, vou preferir não comentar muito, apenas digo que embora sejam a maioria desconhecida da tela, talvez nem sejam atores mesmo, foram bem dirigidos pois não olham para a câmera e foram bem corajosos em deixar um maluco filmar suas partes íntimas.

Um ponto interessante, o qual vai valer o único coelho que darei de nota, é a cenografia bem rica de elementos de cena, além de ter sido filmado num meio de matagal que sei bem como é difícil pois exige levar tudo para lugares onde não se tem energia para puxar cabos nem nada, então se o filme fosse pelo menos razoável valeria uma boa nota só pelo sacrifício, mas como é péssimo vai ganhar ponto somente por isso e pela animação abstrata de um saci nas cenas finais(única cena que vale a pena ser assistida).

Enfim, não recomendo esse filme nem pro meu pior inimigo, pois é algo muito ruim que por sorte é curto, longos 75 minutos que custaram a passar. Então vou preferir fingir que não vi isso, ou melhor, vou guardar como exemplo de nunca fazer nada igual e cada dia mais fico com vontade de produzir algum filme para lançar nos cinemas, pois se até isso e "Jardim das Folhas Sagradas" entra em cartaz, qualquer coisa entra. Fico por aqui, nessa segunda tem bons filmes no Festival de Cinema de Ribeirão Preto, mas como já os vi apenas recomendo quem não foi ir: "Deus da Carnificina" às 19hs e o mediano "Adorável Pivellina". Fico por aqui, mas terça-feira estou de volta com mais filmes do festival. Abraços e até mais pessoal.