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sábado, 18 de agosto de 2012

O Vingador do Futuro


Muitos amigos já ficam irritados só de saber que um filme é refilmagem de outro, principalmente se for um clássico, no meu caso como mesmo os clássicos esqueço rapidamente o que tenha me chamado muita a atenção nem ligo, e sempre vejo cada filme como se fosse algo novo. Por isso vamos lá falar o que achei do novo “O Vingador do Futuro”. O filme em si, tem uma história levemente complexa, mas que se desenrola de forma auto-explicativa sem problemas, porém a grande sacada do diretor foi criar um visual que em muito lembra “Blade Runner” em algumas cenas e dita uma velocidade de ação tão forte que se o filme fosse 3D seria garantido muita gente passar mal.

O filme nos dá boas vindas à Rekall, companhia que pode transformar seus sonhos em memórias reais. Para um operário de fábrica como Douglas Quaid, embora tenha uma bela esposa, Lori , que ama, a viagem pela mente soa como as férias perfeitas de sua rotina frustrante - memórias reais de uma vida como espião podem ser exatamente o que ele precisa. Mas, quando a operação dá errado, Quaid se torna um homem caçado. Perseguido pela polícia - controlada por Vilos Cohaagen, líder do mundo livre -, Quaid alia-se à rebelde Melina  para encontrar o líder da resistência do submundo Kuato e derrotar Cohaagen.

Lendo a sinopse você pode achar tudo extremamente confuso, mas com alguns minutos de filme, a impressão já muda e tudo começa a se encaixar, sendo fechado de forma bem interessante. O único problema para o pessoal que costuma precisar de um tempo para assimilar as histórias é que o filme é todo no gás da velocidade de ação, parando uma ou outra vez para tomar um fôlego e depois volta na correria, o que faz com que o filme pareça ser mais difícil do que realmente é. Gostei bastante de não ter sido convertido ou filmado em 3D, pois muitas cenas até ficariam bacanas utilizando a tecnologia, mas pelos movimentos fortes de câmera em alta velocidade, faria muitos não se sentirem bem vendo o filme.

Nas atuações, Colin Farrell faz bem seu papel, correndo, pulando e brigando, mas quando a cena pede um pouco mais de interpretação nos diálogos, ele faz como na maioria de seus filmes que atuou, ou seja, extremamente seco, sem dar um ar novo para o personagem, e aí que entra uma das principais lembranças do filme original onde o Schwarzenegger faz uma das suas melhores atuações, e claro a comparação nesse quesito ficou forte. O destaque dessa nova versão, eu colocaria para Kate Beckinsale que faz uma vilã de forma a ficar com raiva e que torçamos para que ela se ferre no final da trama, e como já disse várias vezes em outros posts, esse é o que faz um vilão ser marcado como vilão, não lembro direito como Sharon Stone fez o papel, mas vou rever o filme esses dias e posto nos comentários depois. Kate Beckinsale também agrada em seu papel, apesar de fazer umas expressões de piedade ao estilo Gato de Botas que em alguns momentos chega a irritar. A melhor cena de diálogo, que é um  dos pontos chaves do filme também se deve a boa atuação de Bokeem Woodbine que embora sempre faça pontas em filmes, sempre consegue dar seu máximo de interpretação para que a cena que possa aparecer mais se destaque. Bryan Cranston embora seja o grande vilão da trama, fica meio apagado e acaba sendo apenas um nome no filme que não funcionou.

Agora o grande destaque mesmo do filme é o quesito visual, sem dúvida alguma, as cidades construídas, seja digitalmente ou se ergueram qualquer parte que seja para gravar, ficou perfeita, e nos remete ao futuro que estávamos acostumados a ver nos filmes antigos: cheio de carros voadores, policiais sentinelas, telefones nas mãos e tudo mais que se pudesse pensar. E acertadamente a equipe de arte nos dá um banho de imagens para relembrar isso de forma a sairmos bem felizes com o que vemos em cena. A fotografia conseguiu fazer do filme algo bem interessante, pois trabalhou com 3 cidades de forma bem diferentes, uma escura mas com vários flashes de luz sempre passando pelas frestas nos dá a agonia inicial do personagem, a outra capital cheia de tecnologia mais clara cheia de brilho, e uma terceira destruída onde o amarelo químico das guerras faz com que pareça que um deserto dominou de poeira tudo que se vê. Além claro da cena de chuva onde a referência da melhor fotografia aliada a direção de arte do cinema nos remete ao filme “Blade Runner” com toda certeza foi uma boa sacada.

A trilha sonora é bem variada de momentos tensos, momentos agitados e silêncios contínuos para algo que queira chamar atenção, ao exemplo da cena no piano, que é bem interessante. A opção de não ter trilhas cantadas também foi bem agradável pois manteve o foco no visual e não em algo que pudesse destoar.

Enfim, é um filme bem bacana, não digo que seja algo sensacional, mas analisando ele como um filme novo, sem pensar no anterior e somente em um filme que usou o nome apenas, agrada bastante. Por isso recomendo que veja limpando tudo que se lembra do anterior, que somente assim aproveitará mais. Quanto do nome fique com a versão original americana “Total Recall” que é mais condizente que a brasileira. Bem é isso, fico por aqui, mas hoje ainda tem mais dois posts aqui no blog, aguardem. Abraços e até mais.


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